Em suas conversas do dia a dia, o nordestino simples do interior, gosta de enfeitar a conversa não apenas fazendo comparações tipo “alinhado feito meio-fio”, como também costuma usar citações populares, demonstrando domínio sobre o tema abordado. Ora ingênuos ou maliciosos, ora engraçados ou preconceituosos, muitas moralistas ou até filosóficos, tais ditados expressam a criatividade e a sabedoria desse povo e refletem a sua peculiar visão de mundo.
DITOS POPULARES NORDESTINO
Quem engole corda é cacimba;
Quem tem filho barbado é
gato;
Quem anda para traz é
caranguejo;
Quem se conserva em álcool é
cobra de farmácia;
Quem gosta de seca é carne
de sol;
Quem gosta de lama é
bacorinho;
Quem vive de emprestar é
banco;
Quem gosta de mim sou eu
mesmo;
Quem cole mole é banguelo;
Quem gosta de cartaz é porta
de cinema;
Quem come lixo é pinto;
Quem valoriza velho é
arquivo;
Quem tem unha lascada é boi;
Quem é besta é côco;
Quem bota homem para frente
é topada;
Quem gosta de aperto é
parafuso;
Quem não tem pai é pinto de
chocadeira;
Quem cuspe pro céu, leva
cuspe na cara;
Quem vai pro ar perde o
lugar;
Quem vai pro vento perde o
acento;
Quem com muitas pedras bole,
uma dá-lhe na cabeça;
Quem vive de promessa é São
Severino dos Ramos;
Quem beija meu filho, a mim
abraça;
Quem morre bela boca é
peixe;
Quem sobe pra cair logo é
foguetão;
Quem quer muito traz de
casa;
Quem visita depressa é
médico;
Quem gosta de teima é
cantador de desafio;
Quem tem com que me pague
nada me deve;
Quem vive de cachaça é
alambique;
Quem dorme “piado” sonha com
o bicho do dia;
Quem gosta de calor é pão de
forno;
Quem voa sem asa é papagaio
de papel;
Quem vive de jogo é bola de
futebol;
Quem resolve coisas por
baixo é clister;
Quem vive de futuro é
cartomante;
Quem canta de graça é galo;
Quem engorda tapurú é
defunto;
Quem anda na linha é trem;
Quem tem olho é não enxerga
é goiaba;
Quem vive de bola é goleiro;
Quem tem sorte com bicho é
banqueiro;
Quem guarda segredo é baú;
Quem vive de segredo é
maçonaria;
Quem diz o quer, ouve o que
não quer;
Quem se mete no fogo é
bombeiro;
Quem tem casa e mora na rua
é botão de paletó;
Quem é escravo não ama;
Quem aparta briga é juiz;
Quem vive de morte é
coveiro;
Quem morre de véspera é
peru;
Quem agrada a todos é
dinheiro;
Quem corre sem cansar é
cavalo de carrossel;
Quem gosta de balanço é
rede;
Quem trabalha de graça é
relógio;
Quem dorme de touca é nenê;
Quem gosta de poeira é pé de
vento;
Quem assovia de noite chama
cobra;
Quem come, engole;
Quem vive de empurrão é
balanço;
Quem vive de traçado é carta
de baralho;
Quem precisa de freio é
caminhão na ladeira;
Quem gosta de buraco é tatu;
Quem brilha todo o tempo é
vidrilho;
Quem não pode parar é
bicicleta sem freio;
Quem viaja deitado é
defunto;
Quem vive de brisa é beira
de praia;
Quem nunca sai do leito é
rio manso;
Quem só sai de noite é
tetéu;
Quem dá, recebe;
Vou parar por aqui, pois “quem
fala muito erra” é já falei demais!
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